Reels e Vídeos Para Advogados: Como Gerar Autoridade Sem Parecer “Marketeiro Demais”

No universo jurídico, onde a confiança é um dos pilares da relação entre advogado e cliente, a forma como um escritório se comunica nas redes sociais é determinante. Com o crescimento de plataformas como Instagram e TikTok, os vídeos curtos — como os Reels — se tornaram ferramentas poderosas para educar o público, reforçar autoridade e aumentar o alcance de forma orgânica.

Mas como usar esses formatos modernos sem comprometer a seriedade da advocacia ou infringir os limites do Código de Ética da OAB?

Neste artigo, exploramos como escritórios de advocacia podem produzir vídeos que geram valor e relevância, sem cair no marketing apelativo.

O desafio do marketing jurídico em vídeo

Diferente de outros segmentos, o marketing na advocacia é regulado por restrições éticas. A OAB proíbe a mercantilização da profissão, a autopromoção exagerada, a captação direta de clientes e a promessa de resultados. Por isso, todo conteúdo jurídico, inclusive em vídeo, deve ser:

  • Informativo
  • Educativo
  • Institucional
  • Discreto e sóbrio
  • Respeitoso com a dignidade da profissão

Por que usar Reels e vídeos curtos?

Apesar dos cuidados, os vídeos curtos trazem diversos benefícios para os escritórios de advocacia:

  • Maior alcance orgânico, especialmente no Instagram
  • Maior engajamento, por serem mais fáceis de consumir
  • Melhora da autoridade digital, quando o conteúdo é útil
  • Aproximação com o público, ao humanizar a figura do advogado

Tipos de vídeos que funcionam para advogados

1. Explicações rápidas de temas jurídicos.

Exemplo: “Qual a diferença entre pensão alimentícia e auxílio emergencial?” Use uma linguagem acessível, sem jargões. O objetivo é informar o público, não impressionar colegas de profissão.

2. Respostas a dúvidas frequentes.
Exemplo: “Posso ser demitido durante o afastamento médico?” Vídeos de perguntas e respostas (FAQ jurídico) funcionam bem como séries semanais, gerando expectativa e fidelidade.

3. Desmistificação de temas jurídicos
Exemplo: “Mentiras que te contaram sobre testamento” Use um tom direto, mas sempre com respeito à legislação. O objetivo é educar, e não polemizar.

4. Casos hipotéticos
Exemplo: “Se eu for parado na blitz e me recusar a fazer o bafômetro, o que acontece?” Importante: nunca use casos reais de clientes, a não ser com autorização expressa e por escrito.

5. Bastidores da advocacia
Exemplo: “Como é o dia a dia de um advogado trabalhista?” Mostre rotinas, valores e posicionamento do escritório. Isso humaniza a marca jurídica sem ser invasivo.

O que evitar nos vídeos jurídicos

– Prometer resultados: “Garantimos sua aposentadoria” é antiético
– Fazer publicidade sensacionalista: linguagem alarmista ou apelativa
– Chamar diretamente para contratação: “Entre em contato para resolver seu problema agora!” isso pode ser entendido como captação indevida
– Vídeos com tom humorístico exagerado ou debochado: isso pode ferir a dignidade da profissão

Dicas técnicas para tornar o vídeo mais profissional

– Use legendas, já que muitos assistem sem áudio
– Cuide da iluminação e do áudio: a qualidade impacta na percepção de profissionalismo
– Mantenha os vídeos entre 30 e 60 segundos: seja direto ao ponto!
– Use identidade visual coerente: logo discreto, cores do escritório e linguagem consistente

Como medir os resultados dos vídeos jurídicos? Use os insights das plataformas para analisar:

  • Alcance
  • Visualizações
  • Taxa de engajamento (curtidas, comentários, compartilhamentos)
  • Cliques no link da bio
  • Crescimento de seguidores qualificados (interessados no nicho)

Lembre-se: o objetivo não é viralizar, mas educar, gerar valor e construir autoridade.

Autoridade se constrói com conteúdo e ética.

Advogados e escritórios que desejam se destacar nas redes sociais precisam entender que autoridade não se impõe — se constrói. Os Reels e vídeos curtos são uma ferramenta poderosa para isso, desde que usados com bom senso, profissionalismo e, acima de tudo, dentro das diretrizes da OAB.

Ao seguir esse caminho, o advogado se torna não apenas uma referência jurídica, mas também um comunicador confiável na era digital.

 

Autora: Renata Roncada, Analista de Marketing Jurídico e Social Media da Leega MKT

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