O que o isolamento social já nos ensinou sobre o mundo pós-COVID 19

Por Iuri Dantas*

As primeiras semanas de isolamento social, medida que afeta praticamente metade das pessoas em todo o mundo, alterou e ainda provocará novas mudanças no modo de se fazer negócio e no posicionamento de empresas, escritórios e advogados. Além disso, a pandemia modificou a forma de atuação do poder público, o que trará impactos econômicos em todos os setores.

Diferentemente de outros casos de ruptura que a geração atual testemunhou, como a queda do Muro de Berlim e o 11 de Setembro, a mudança agora opera em outros níveis. Não se trata apenas de se adaptar, como também do modo como se dará essa adaptação. Em outras palavras, o cronômetro já foi disparado para empresas, bancos e políticos com a máxima da pandemia.

Isso significa que o mundo pré-coronavírus não existe mais. O “passado” das empresas será sua atuação presente, suas reações à crise em relação a consumidores, fornecedores, funcionários e opinião pública. Um novo mundo no qual a responsabilidade social fará toda a diferença para a sobrevivência de um negócio, segundo filósofos, economistas, editorialistas e especialistas de todo tipo.

Neste contexto, as relações de consumo também serão diferentes. O público consumidor resistirá ao apelo do supérfluo, selecionando os produtos e serviços que consome de modo ainda mais criterioso. É neste ponto que as empresas já estão sob julgamento: o modo como vêm atuando na crise diz que tipo de empresa ela será daqui para frente.

Renovações deste tipo cobram das empresas uma prática e um histórico diferentes, de mais empatia e solidariedade, de maior atenção à comunidade, de contribuições mais humanas e apoio a projetos transformadores.

Novos valores do mercado exigem atenção redobrada do setor privado. Novas crises surgem e a reação a elas pode significar aumento ou queda nas vendas já na semana seguinte. Cresce a importância do conhecimento técnico para gerenciamento destas crises, também em outra dimensão: a estratégica.

Cabe aos escritórios, advogados, empresas, bancos uma postura mais proativa, de leitura dos cenários e constante aprimoramento de sua imagem ao público. Hoje, o gerenciamento de crises ganha contornos de governança, um compliance reputacional a cada dia mais necessário.

Trata-se de um cenário repleto de desafios também inéditos. Escritórios de advocacia tentam manter seu funcionamento por webinars e informativos ao público, ainda que isso represente o “business as usual” de antes da pandemia.

Em muitos casos, o cliente está num turbilhão, administrando a casa, a empresa e os filhos concomitantemente e não consegue dar dois passos à frente, como costumava fazer. Como o advogado ajuda neste caso? Como manter a confiança do cliente sobre a relevância do advogado durante uma crise como essa?

São questões em aberto, para as quais encontramos algumas respostas. O pacote de gerenciamento estratégico de crises da Leega MKT, aplica os conceitos deste novo mercado que vem nascendo na prática de empresas e advogados, sempre com o objetivo de antecipar tendências e indicar caminhos mais suaves de transição.

Empresas vêm se equilibrando entre a maior dificuldade logística e a maior pressão financeira diante da queda da atividade econômica. A economia deve encolher mais de 5% neste ano, segundo a maior parte das estimativas, com o desemprego mais que dobrando e superando 25%. Um cenário de um em cada quatro trabalhadores ativos sem trabalho, com alguma renda fornecida pelo governo.

Qual é a importância de um bom advogado em uma situação como essa? Será que o papel tradicional de representante jurídico da companhia atende às necessidades da empresa neste momento? Se sim, em que situações isso acontece? Se não, como deve ser a nova atuação do profissional de direito?

O atendimento personalizado, levando exatamente o essencial que alivie seu cliente, e o acompanhamento dos temas para antecipar questões cumprem uma parte da equação.

De forma sutil porém clara e objetiva, antecipe-se, faça ele perceber que o seu serviço é fundamental e que toda cobertura jurídica, desde uma assessoria às mudanças trabalhistas, da proteção de dados aos novos benefícios fiscais, tudo está sendo feito, reportado e garantido. Porém, o mais importante, exige uma mudança na forma de agir da maioria dos advogados. Mudanças que muitos já perceberam, no mundo pré-pandemia, mudanças que se aceleram atualmente e exigirão reposicionamento permanente.

*Iuri Dantas é jornalista com foco no mercado Jurídico e consultor da Leega MKT.

Compartilhar:

Contato